Friday, 23 September 2011

o posto a primavera

a cada nao,
o verde, virava marrom.
e, a cada outono,
uma folha descia.
um dia, virou inverno,
ficaram os galhos,
e, a cada nao,
um pedaco caia.
a planta, foi virando um tronco,
e, a cada nao,
uma camada soltava.
o tronco, foi ficando fino.
o fino, foi ficando curto.
e o curto, foi ficando invisivel.
sobrou, entao, a raiz.
mas a raiz, foi ficando cansada
e, a cada nao,
ficava mais triste.
com tantos naos,
foi perdendo a fome,
e, sem forcas, foi deixando a vida.
sem a vida, restou, a saudade.
e, a cada nao,
a saudade sumia.
ficou, entao, a saudade,
da saudade.
e, depois,
um vazio.