nove horas nove e meia nove e dez dez e dez
eles eram varios
varios pelas ruas
papeis cheios
de declaracoes de amor
assinados por jamile amor
jamile amor era seu nome
mas seu nome talvez nao fosse
jamile
porque jamile nao era
jamile
nao uma unica
jamile
jamile disfarcava-se
em muitas de elas
diferentes grafias
em diferentes datas
de quem ela fora um dia
ou a cada uma que era
a cada novo dia
ou a cada noite pretendia-se
um novo eu
seu
num ano que ja passou
quem eras tu, jamile?
ela
realmente existiu?
jamile passou pelo caminho
e rasgou o caderno
deixando as folhas
com longos dialogos
espalhados pela ponte
pessoas passaram por cima
das declaracoes de amor de
jamile
mas jamile, afinal,
declarava-se
para quem?
talvez fosse essa menina
que iludia-se
com dialogos descritos
num caderno
grande
talvez os dialogos fossem
pedacos
de grandes
sonhos
que jamile um dia
tivera
jamile talvez nunca
estivera
aqui
talvez
as paginas do caderno
vieram
de outro tempo
talvez elas vieram
voando
de dentro da imaginacao
de outra menina
jamile
que jamais
fora real
talvez os dialogos
fossem
fragmentos
de pensamentos
de varias mulheres
que passaram
por aquela ponte
talvez esta
jamile
ja nao
exista mais
morreu,
entre letras
e rabiscos
jamile nunca
jamais
aconteceu
por aqui
sera?
jamile?
nunca ouvi falar
talvez ela propria nao
soubesse sobre si
talvez ela fosse o amor
ou talvez jamile nao fosse
nada
jamile nao era jamile
jamile era voce
jamile era um pedaco
de nos
de sonhos
de uma menina
invisivel
que deixou seus rastros
pela passarela
para que
encontrassemos
pela passagem
jamile
passando
por acaso
se acaso o acaso eh
mesmo
acaso
e juntamos jamile
uma a uma
de suas paginas
acolhemos jamile
encontramos o amor
e agora
elas todas
jamiles
estao aqui
ainda
amontoadas
no chao
da nossa
sala.
eles eram varios
varios pelas ruas
papeis cheios
de declaracoes de amor
assinados por jamile amor
jamile amor era seu nome
mas seu nome talvez nao fosse
jamile
porque jamile nao era
jamile
nao uma unica
jamile
jamile disfarcava-se
em muitas de elas
diferentes grafias
em diferentes datas
de quem ela fora um dia
ou a cada uma que era
a cada novo dia
ou a cada noite pretendia-se
um novo eu
seu
num ano que ja passou
quem eras tu, jamile?
ela
realmente existiu?
jamile passou pelo caminho
e rasgou o caderno
deixando as folhas
com longos dialogos
espalhados pela ponte
pessoas passaram por cima
das declaracoes de amor de
jamile
mas jamile, afinal,
declarava-se
para quem?
talvez fosse essa menina
que iludia-se
com dialogos descritos
num caderno
grande
talvez os dialogos fossem
pedacos
de grandes
sonhos
que jamile um dia
tivera
jamile talvez nunca
estivera
aqui
talvez
as paginas do caderno
vieram
de outro tempo
talvez elas vieram
voando
de dentro da imaginacao
de outra menina
jamile
que jamais
fora real
talvez os dialogos
fossem
fragmentos
de pensamentos
de varias mulheres
que passaram
por aquela ponte
talvez esta
jamile
ja nao
exista mais
morreu,
entre letras
e rabiscos
jamile nunca
jamais
aconteceu
por aqui
sera?
jamile?
nunca ouvi falar
talvez ela propria nao
soubesse sobre si
talvez ela fosse o amor
ou talvez jamile nao fosse
nada
jamile nao era jamile
jamile era voce
jamile era um pedaco
de nos
de sonhos
de uma menina
invisivel
que deixou seus rastros
pela passarela
para que
encontrassemos
pela passagem
jamile
passando
por acaso
se acaso o acaso eh
mesmo
acaso
e juntamos jamile
uma a uma
de suas paginas
acolhemos jamile
encontramos o amor
e agora
elas todas
jamiles
estao aqui
ainda
amontoadas
no chao
da nossa
sala.
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