Friday, 2 November 2012

filologia de deus

hoje eh dia de finados. eu nao entendia dia de finados quando eu era crianca. eu entendia dia definados. o que eh dia definados? eh o dia dos mortos. e eu pensei por um tempo que definados era a palavra que se usava para dizer dos mortos. que poderia ate ser. porque tem aquela outra palavra definhar. que vem de final tambem. e as palavras tem essa coisa de serem uns pedacos de algumas coisas que as pessoas daquela epoca decidiram que ia ser. e cada palavra tem um som porque aconteceu assim. e depois pensaram sobre isso. e acho bem foda pensar que pensaram em registrar cada palavrinha que a gente usa aqui hoje em dia. e pensaram nas qualidades das palavras. e na ordem que seriam usadas. e tudo tinha um porque. e porques tinham quatro tipos na lingua portuguesa. que eu sempre pesquiso. e sempre esqueco qual eh pra que. mas a gente chuta. e acerta o suficiente para nao incomodar a ideia da coisa. ouvi dizer que a lingua portuguesa eh uma variacao do espanol gaelico. considerado tambem uma versao popular, vulgar desta variacao. a lingua portuguesa teve influencia romana. e celtica. na sua origem. fora outras muitas coisas. e tem os portugues do brasil. que depois de toda a miscelania do latin na europa, ainda misturou com os dialetos indigenas. e os dos africanos. e os dos imigrantes todos. e de todas as geracoes que misturaram mais. e adaptaram. e criaram. e usaram girias. que viraram conceitos. e que agora ja sao outras coisas. alguma coisa se perdeu. algumas palavras sao mortas. algumas palavras pra falar da morte estao mortas tambem. nao sei por quanto tempo falaremos dia de finados. talvez vire so dia dos mortos. e talvez nem o dia seja comemorado mais daqui um tempo. talvez nao morramos mais daqui um tempo. mas talvez as palavras perdidas sejam encontradas nos mesmo lugar que os espiritos desencarnados ficam entre a morte e a proxima vida. minha mae diz que a gente morre e vai para uma outra dimensao onde tudo eh mais ou menos parecido com aqui. ela disse que varia, mas que cada morte dura mais ou menos cinquenta anos. e que tem outros mundos tambem. tem muitos mundos. tem muita coisa, qua a gente ainda nao tem condicao de entender minha filha, ela diz. e eu nao duvido. mas tambem nao sei. perguntei pra ela sobre deus. e ela falou que deus eh uma coisa so. e eu perguntei se deus era um cara. e dai ela falou que ela nao sabe. que ela nao tem condicoes de saber porque eh muito maior. e eu perguntei mas ele criou tudo. e ela disse que sim. sozinho? eh. mas deus nao tinha nenhum amiguinho pra ajudar ele a criar o mundo? e ela disse que nao. e eu perguntei como eh deus entao. e ela disse que nao sabe. que eh uma energia. que criou isso tudo. mas perai, ele eh um ser inteligente que criou tudo. ou ele eh energia, e tudo aconteceu meio que por acaso? porque ai sao duas coisas diferentes. eu nao sei filha. minha cabeca ainda nao tem condicoes de compreentender isso tudo agora. temos a limitacao fisica. entao eu aceito. mas como voce aceita sem saber tudo? eu sinto. e dai ela sente. entao, eu que nao sinto desse jeito, que me vire para achar mais respostas. ou esperar ate morrer. e ir para esse outro lugar. onde minha mae possivelmente vai estar me esperando com a mesma tranquilidade de agora. tavez rindo da minha cara por ter esperado tudo isso aqui da vida pra acreditar no que ela ja sabia. e se pa ela sabe mesmo. eu nao sei. mas tomara que seja mais surpreendente do que encontrar alguem tipo o steve jobs. e descobrir que deus era um programador. e que a gente eh tipo o super mario auto-suficiente vivendo nesse mundinho que a gente acha que eh real.

1 comment:

Calden Holfield said...

eh complicado...mas acho q o programador se encaixa bem nos tempos mudernos...