Monday, 28 March 2011

o dramatico domingo de denise cristina dos santos

pensou: "ahhhh que vontade de gritar!"

mas nao era bem isso. queria diluir-se talvez. cancelar a programacao da semana. acordar numa vida diferente. estava no meio. suprimida. estocada. perdida num canto qualquer do planeta.

abriu a caixa de e-mails e uma lista de responsabilidades estupidas agarram-na pelo pescoco. porque? ela pensou.
que estou fazendo aqui?

queria correr. amanha nao quero fazer tudo aquilo de novo. esse dia ela ja viveu semana passada e na anterior e na anterior e na anterior e na anterior e na anterior e na anterior e na anterior e na anterior e na anterior e na anterior.
muda o disco pelamordedeus.

nao saiu para lavar as roupas nem comprar a janta. vai ate a cozinha fazer um ovo cozido. basta.

procurou web sites de viagens, possibilidades de emprego, voluntariados ou qualquer solucao rapida. cansou e retomou que estava fazendo.
nao fazia nada anteriormente, entao assim foi matando as horas.

as horas passarem ou nao, nao fazia diferenca alguma. nao havia nada a esperar, nenhuma resposta, saudade, comemoracao ou passeio no playcenter.

saira no dia anterior, uma festa de aniversario: mulheres jovens falando sobre casamento. vestidos de noiva, damas de honra, buffet, familia e planejamento. a planilha da vida. depois vem os moveis, o carro e os bebes. no thanks.

sua vida estava despedacada. caquinhos de si, perderam-se por esquinas da cidade, casas de desconhecidos e paises ameacados de extincao.

nostalgia de uma vida nao vivida.

sentou-se em sua poltrona e comecou a escrever. qualquer narrativa dramatica seria o suficiente para registrar aquele momento de desencanto.

pensou que ha tempos nao sentira prazer algum. como vive-se assim, do lado oposto do prazer? na ausencia dele? no desprazer? nao era um desprazer, o desprazer geraria desconforto e uma rebelacao mais urgente.

o que sentia era ausencia de prazer.

sentou-se na janela e relembrou sonhos e saudades.

tinha sonhos recorrentes com uma casa.
nao era "a" casa que morava na vida acordada, mas casas de sonhos e em cada sonho era uma casa diferente, mas eles seguiam um certo padrao: comecavam com ela entrando na casa e, ao longo do sonho, descobria mais e mais comodos, e a casa ia crescendo e ela encontrava lugares secretos e quartos incriveis e varandas e coisas assim.

precisava expandir, aquele quarto azul a mataria sufocada em questao de dias.

enquanto escrevia um texto sobre seu drama existencial, ela ouviu uma voz vindo de sua consciencia. e quando escreveu "drama existencial" teve vontade de rir.

a graca do drama.

talvez estivesse desocupada e entediada e tivesse criado um drama para passar o dia, ouvir uma musiquinha triste e chorar as pitangas ou talvez fosse por ser domingo.
sim, talvez.

talvez
talvez nao
talvez nada

imagina a cor roxa
toma umaaguinha comacucar
faz compressa comagua quente
cha de camomila
e bolinhos de chuva
eh bom pra acalmar

ui ui

passou menina

ihhh era encosto
nao era zica

falta de um tanque de roupa suja pra lavar
aqui nao tem tanque
ah eh, ta frio ai ainda?
ta melhor e ai?
aqui ta friozinho agora, outono
ahh eh
ai ta quente entao?
nao chega a ta.

outra coisa que sempre sentiu estranhamento era sobre esse nome denise. porque sua mae escolheu, entre tantos outros, justamente denise? denise...
pense na sonoridade DENISE

denise de nise denise
denise
danieee-z
don't deny those things the nize
the nizzz?

zzzzzzzz

sonha macaquinha

c ta achando que eu so loki, seu loki?

nada a ver by the way bye

No comments: