Wednesday, 3 April 2013

sobre bolhas e bolas brilhantes microscopicamente falando do ponto de vista dos céus

dizem que o que conta é matemático. creem na ciência como prova de tudo. aí vêm os outros do lado de lá contradizendo o que você tinha dito antes. mas aí vem você querendo que eu demonstre a coerência dos meus pensamentos. mas eu era mais multidimensional que isto que você pedia. eu vinha de um lugar sem linhas. eu vinha de um lugar mais arredondado. circular. bolas de luz no céu. eu mesma morava em cima de uma bola. e eu era toda cheia de água dentro de mim. disforme. eu era uma solução. cheia de minérios por dentro. e eles também eram bolas. bolinhas concêntricas cheias de agitação afinidades aleatoriedades e ciclos. e daí você me perguntava qual era meu ponto. e eu não sabia se você queria saber o nome da minha rua. ou o nome da minha lua. então eu rabisquei uma estrela pra você me conhecer melhor. e depois eu estiquei o tecido. e aquilo foi virando uma rede disforme. cheia de pontinhos. e os pontinhos foram crescendo. e ganhando patinhas. e antenas. e dentes. e olhos. e unhas. e línguas. e vozes. e árvores. e cadernos. e pianos. e sentimentos. e sapatilhas. e passos. e abraços. e amaciantes de roupa. até poeira cósmica, aquilo virou. tudo isso, e mais um monte de combinações químicas. e alquímicas. elementares, meu caro. incontestável bruxaria, alguém ousaria dizer.

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