honey

imaginem o quao feliz
o homem primata ficou,
quando descobriu
o
mel

o segredo por tras das girafas e das sementes que viram coisas

acordo no meio da noite buscando voce. voce. eu. nao sei. buscando alguma coisa que passou. buscando a continuidade que darei a historia quando o dia amanhecer. qual direcao tomar? que escolhas fazer? cortar gorduras. focar naquilo que traz felicidade. deu vontade de ler alguma coisa da clarisse lispector. o livro esta dormindo. eu nao. as resistencias internas sao o que? medo? ou provas daquilo que nao serve? a intuicao tras a maioria das respostas. a maioria. mas parte do mundo material tem de ser vivida. a parte grossa pode ser tirada. mas tem de ser aos poucos para nao causar estragos. essa coisa de ficar partindo sempre, fragmenta demais. viver em sociedade tambem. a sociedade esta confusa. eu tambem. me sinto um alien quase sempre. mas isso deve ser normal. so nao sei porque so sei daquilo que esta dentro de mim. e ainda sei pouco. desconfio de partes que nem desconfio existirem. ha um misterio que quero desvendar. nao consigo ficar tao em paz sem saber o porque de estarmos aqui. do que somos feitos? o que ha por tras desse plano? sinto certa inveja daqueles que nao se importam. mas talvez eles nao se importem porque  ainda nao deram-se conta. nao sinto tanta inveja assim. se eh que inveja eh a palavra. se eh que sinto mesmo, ou se so quis ser poetica na escrita. porque viver em sociedade acreditando em tudo isso me  parece gerar sofrimento, num ponto ou noutro. e confusao. mas nao tem jeito, estamos aqui. ha uma medida. mas a medida nao soluciona o misterio. entao eu finjo que acredito. e voce finge que acredita que eu acredito. mas eu queria mesmo era entender melhor. saber melhor. eles me explicam sobre a fisica. os neutrinos que passam. as onze ou doze dimensoes. onde estao elas? e o que acontece por la? isso aqui parece ser o minimo. mas alguns ainda negam ver a magia. o homem belico, parece antigo, mas a barbarie esta ai. pessoas ainda criando inimigos, criticas, objetivando tudo. preto no branco. sei la, nao parece fazer sentido algum. mas talvez a errada seja eu. e com grandes chances de ser. nao sei. ou talvez eu esteja certa. ou talvez certo e errado sejam irrelevantes ate saber de onde viemos e porque estamos aqui. somos, de fato algo? somos a imaginacao de alguem? somos parte de um jogo? somos parte de um plano? estamos sendo obeservados? comandados? isso eh divino ou humano? o que eh o divino? essa criacoes cosmicas, sao o que? qual o tamanho do universo? qual o numero do infinito? em algum outro planeta, eles ja sabem de tudo? essa ignorancia trememda me da dor de barriga. e alguem vem falar de coisas tao solucionaveis. e o caos que vivemos, existe, porque? todas as questoes mundanas parecem realmente absurdas. e tao distantes de serem resolvidas. sera? por quanto tempo ainda sobreviveremos sem saber. sobreviveremos? muitos parecem loucos. cegos. adormecidos. e todas essas metaforas. eu tambem estou. e saber que estou, me angustia. ou nao. as vezes me diverte. mas a ironia tambem nao resolve a esfinge. so faz com que ache graca. isso eh legal. mas ainda falta muito. e quem sou eu pra falar alguma coisa? sei la. mas voce que le provavelmente tambem nao sabe quem e o que eh voce, entao tudo bem. se voce souber, me escreva. se descobriu, me conte, por favor. se nao, boa sorte para nos. ainda temos algum tempo. ou nao. seja la o que isso for...

amor, jamile

nove horas nove e meia nove e dez dez e dez
eles eram varios
varios pelas ruas
papeis cheios
de declaracoes de amor
assinados por jamile amor
jamile amor era seu nome
mas seu nome talvez nao fosse
jamile
porque jamile nao era
jamile
nao uma unica
jamile
jamile disfarcava-se
em muitas de elas
diferentes grafias
em diferentes datas
de quem ela fora um dia
ou a cada uma que era
a cada novo dia
ou a cada noite pretendia-se
um novo eu
seu
num ano que ja passou
quem eras tu, jamile?
ela
realmente existiu?
jamile passou pelo caminho
e rasgou o caderno
deixando as folhas
com longos dialogos
espalhados pela ponte
pessoas passaram por cima
das declaracoes de amor de
jamile
mas jamile, afinal,
declarava-se
para quem?
talvez fosse essa menina
que iludia-se
com dialogos descritos
num caderno
grande
talvez os dialogos fossem
pedacos
de grandes
sonhos
que jamile um dia
tivera
jamile talvez nunca
estivera
aqui
talvez
as paginas do caderno
vieram
de outro tempo
talvez elas vieram
voando
de dentro da imaginacao
de outra menina
jamile
que jamais
fora real
talvez os dialogos
fossem
fragmentos
de pensamentos
de varias mulheres
que passaram
por aquela ponte 
talvez esta
jamile
ja nao
exista mais
morreu,
entre letras
e rabiscos
jamile nunca
jamais
aconteceu
por aqui
sera?
jamile?
nunca ouvi falar
talvez ela propria nao
soubesse sobre si
talvez ela fosse o amor
ou talvez jamile nao fosse
nada
jamile nao era jamile
jamile era voce
jamile era um pedaco
de nos
de sonhos
de uma menina
invisivel
que deixou seus rastros
pela passarela
para que
encontrassemos
pela passagem
jamile
passando
por acaso
se acaso o acaso eh
mesmo
acaso
e juntamos jamile
uma a uma
de suas paginas
acolhemos jamile
encontramos o amor
e agora
elas todas
jamiles
estao aqui
ainda
amontoadas
no chao
da nossa
sala.

vivendo o hoje

as instalacoes da casa nova estao ma ra vi lho sas! - exclamou odette.
dois gatos bege peludos carregados por um senhor grisalho de oculos num carrinho de bebe.
o gilmar da padaria, mora perto. e flerta com as clientes quando entrega os pratos brancos.
o pessoal que mora ali em cima da nove de julho adotou uma cachorrinha.
em dia de macarronada, cinquenta centavos era o que faltava para interar a compra do alcool para o gas do fogaozinho portatil
eu nao tinha trocado
mas ele me contou que iria na igreja rezar para que sua mulher, que foi visitar a mae ha cinco dias e nao voltou ainda, voltasse logo.
dia desses, esperando na fila do restaurante fast food japones, escutei uma conversa:
udon nao, udon a minha avo faz sempre
imaginei essa avo, que cozinha udon para os netos
e amei ela de paixao
sexta-feira, dia 25, aniversario de diogo, o grande
ele nao vai pra limeira, mas tudo bem
o churrasco vai rolar anyway.
meio dia e cinquenta e um
ando encanada com 11 e 11 e o numero 6
misterios da vida
encontros no elevador
olhar de canto observador
e as caixas de feira virando armario da cozinha
tudo se transforma
e a magia acontece
nem que ela tenha de bater na porta da sua casa pra voce enxergar
nem que la venha correndo pelo fundo do quintal
como que se fosse acaso
pra voce nao desconfiar
pois eh
nao sei se vai ser hoje
que descobriremos tudo
ou alguma coisa
mas por agora,
eh assim,
ficamos por aqui,
entre a telepatia
e o teletransporte
entre paes
e noddles
vivamos esse dia
maravilhoso
e unico
de outono e primavera
ao mesmo tempo
dentro de nossos coracoes

sabe o loro da ana maria braga?

que tem?

deixa pra la.

entre os misterios da vida

uma sereia sensivel, capinava os corais
chegou entao
shakespeare
e disse para ela procurar gafanhotos
ela saiu em uma busca incessante
encontrou entao
uma girafa
aquilo foi tao impressionante
que nao lhe restou opcoes
senao
sair correndo
de bicicleta
pelo deserto
do
himalaia
em busca de
auto
conhecimento

sem saber porque

te conheco ha tempos. voce sempre chega. e eu te encontro no meio da noite. voce vem de manso .e entra em mim sem que eu de permissao. voce nao se vai tao facil. e eu eu nao tenho controle de nada do seu tempo de duracao. ha anos. anos. e foi daquilo que voce nao tinha percebido. que nao quis pensar sobre. das minhas noites em claro. mas tudo bem tambem. eu me acostumei com seu descaso. e depois tentei te abandonar. mesmo voce estando presente todas. ou quase todas. as noites. por todos estes anos. eu queria ser sua amiga. mas mesmo com toda minha compreensao. disso. disso eu nao sei. eu gostaria de ser indiferente. de nao me importar. ou conseguir te ignorar sem esforco. nao foi facil. foi esse meu sono raso. eu gostaria de ser sua amiga. mas neste caso. no maximo. aceito. e espero voce passar.

acordada dada ding dong e depois dois dedos de deleuze deitado de lado no dia dois de dezembro

os senhores do tempo tiram uma com a cara da gente no meio da noite. perdi o sono. como passa o tempo quando paramos de olhar para o passar do tempo? de noite, as folhas da planta de listras vermerlhas sobem. para onde eu vou quando durmo? cansei de tanto sonhar essa noite. acordar. agora. pareceu mais relaxante. sonhos de perseguicao. e eu pulando de la pra ca. depois perdida no oceano. tive de nadar ate chegar na berada. salvar pessoas. perder outras. o que foi aqulo tudo? capitei por engano, alguma outra realidade? ou os sonhos de outras pessoas? eu quero calma. inclusive no sono poxa. aaa a madrugada. hoje ta frio. um frio. um frio.ainda nao mudei a programacao do relogio do computador. e sei. que.  na inglaterra, ja sao oito e quarenta e sete. o dia ja bem claro. criancas no parque. pessoas passeando com seu cachorros. esquilos sobem e descem das arvores. em swiss cottage, a feira do domingo ja quase montada. gente armando as barracas na feira de camdem. o que voce anda fazendo por ae? o dia de domingo sera longo. depois vai acabar o final de semana. que ja deixa saudades. preciso dormir. mais. melhor. por dias. ate voltar para o corpo. se pa nunca mais sera como antes. eh essa coisa da noosfera. e que deixaremos de ser o ego. seremos seres intermediarios do conhecimento. sera? tomara. ai nao seremos mais tanto assim esse corpo. talvez essa sensacao de sair dele faca parte deste movimento. e a vontade de voltar, nostalgia de uma era passada. talvez nao. eu gostei de ler sobre a noetica. a noosfera. provisoes de um futuro mais divertido. eu nao quero ser seria. nem me levar tao a serio. isso soa simples. mas a simplicidade eh um caminho arduo. eh que a cabeca pensa mesmo sem querer. e se eu deixo, ela me domina. se nao, as cabecas dos outros acabam me dominando. entao eh mudar de estrategia de pensar.e deixar o fluxo. mas isso tambem nao eh simples. o frio aumenta. minha cama ta vazia de mim. quatro cobertores. sobre elas. e uma pessoa de cada lado. cada um com seus sonhos. nos seus sonos. sera que foi no sonho deles que entrei? sera que eles entram nos meus? nada me pertence. nem a voce que le, de fato. tudo abstrato sem a crenca do concreto. parece exagero mas o frio ta grande mesmo. melhor garantir o aquecimento da coisa. a coisa corpo. o corpo casa. domingo vou acordar cedo. tem festa de aniversario. e o ricardo vai me pintar.

entre cores primarias

de agora em diante
so reagirei aquilo
que for
dito
objetivamente,
disse
a
entrelinha
lilás

(após o salto, obviamente)

isso. e todas aquelas outras coisas que me pertencem sem que eu tivesse dado qualquer autorizacao.

hoje eh o aniversario de quarenta anos de andre segatti
acabei de ficar sabendo
a janela abriu e paaaa
ja entrou em mim
nao que eu nao deseje a ele toda a felicidade do mundo
mas nao que eu quisesse saber disso
nem sobre a nudez exposta de carolina dieckman
mas agora ja era

Yeasayer - I Remember [ Official Music Video ]

o-caminho

seu silas vende sandalias na praca. ontem comprei um par de sandalias de seu silas. seu silas corta a sola dos sapatos que sao feitas de pneus. os pneus ainda continuam sendo usados para movimentar algo. seu silas corta o couro. seu silas, antes, escolhe as cores e as texturas dos couros. seu silas costura o couro na sola. depois prega os pinos. as sandalias de seu silas sao lindas. os sapatos tambem. eu gostei da sensacao de vestir as sandalias que silas faz. que gostosas sandalias sao essas. chego agora, a pensar, que levo um pouco da historia de seu silas comigo, cada vez que caminho pela calcada. e sinto muito gosto.

mirante

sem saber muito. o que eh aquilo que nao foi dito nas escrituras do jornal ou na novela nacional? o que eh aquilo que nao foi contado? a historia que se descobre enquanto ela se escreve. e estamos, ali, no meio, interagindo? do zero. do nada. sem referenciais. sem referencias. o que acontece, no futuro desprogramado? o que acontece no agora em que a  previsao do tempo nao foi prevista? levar guarda-chuva ou nao? na mochila, blusas de frio e regata. uma escova de dente. e a possibilidade de nao voltar pra casa. perder o endereco. o que eh ser assim, sem uma conta para pagar? sem hora pra voltar. sem justificativas. sem comparacoes? tudo novo. tudo. espirais. alguma dica. alguma. nao muitas. e se eu respondo que nao sei eh porque nao sei mesmo. e nao sabemos de nada. temos sim, memoria. e ela engana. a saudade tambem, engana. nos enganamos o tempo todo pensando que estamos nos baseando em alguma coisa factual. entao sao historias. as hitorias e o jeito que elas foram contadas. o que passa, eh que muitas historias nao foram contadas. e dessas que nao sabemos, nao sabemos pensar sobre. e as que sabemos, foram direcionadas pelo narrador. e quem foram os narradores? o que se passa, eh que antes as historias demoravam mais espaco para serem escritas. e divulgadas. e isso deu uma impressao de realidade. baseada em fatos reais. e, como os fatos sao experienciados, sao visoes muito particulares. entao, estariamos dispostos a nao prever? abrir a porta e interagir? nao ser aquilo que estavamos acostumados a ser? nao nos acostumarmos a ser? o que seremos enquanto? o que sobra de nos sem toda essa formatacao? o complicado, eh que ao abrir a porta, estamos em risco de nos esquecermos de lembramo-nos desses pensamentos. e nas acoes, corremos o risco de descobrirmos algo tao novo, que ja nao conseguiriamos mais ser aquilo que achavamos que eramos. e a cobranca do meio, seria inevitavel. entao acabamos fingindo ser aquilo que fomos, para que nao precisemos justificar tais modificacoes. e nessa, esquecemos que tinhamos pensado em modificar, e voltamos a ser aquilo que nao eramos, mas fingiamos tao bem  sermos que o conforto  fazia valer a pena. e  o conforto eh, demais de confortante. se pa. se pa, nada eh o que eh, se nao quisermos que seja. e tudo eh o que eh, se quisermos acreditar que sim. ou se nao, que nao. se pa. se pa. entao da on na playlist. e vamos olhar para a lua. que tudo bem.nao parece mal. nem bom. eh o que eh. seja la o que isso for...

explode

onde mora o meu coracao?
onde moro eu dentro dele dentro de mim?
aaaaaaaaa
ex plo do me
in
tei
ra
e
abraco
te a
todos
com todo
amor
des
pe
jo
me
nisso
tudo
jaja
me
perco
e
ja
nao consigo
tirar
os olhos
dai

boas ideias, resultados desastrosos

5 - roupas e acessórios de anel de latinha de alumínio

4 - brinco de parafuso ou zíper

3 - misturar chocolate com laranja

2 – calçados crocs

1 - esse texto

E você? Qual o seu Top 5 boas ideias, resultados desastrosos? 

sendo nao sendo

acordei com uma saudade imensa
de alguma coisa estranha a mim
nao sei o que nem quem
nem que tempo foi esse
alguma coisa que ainda nao encontrei
ou alguma coisa que ja passou e eu nem vi chegar
um aperto que arrepia o peito e se esparrama pela planta do pe
talvez seja so o medo do dia que foi
ou esse de hoje que, inevitavelmente, vai passar
talvez um pouco de saudade de mim
talvez um pouco de saudade de tudo
talvez nem seja saudade isso
talvez sejam as partes de mim
que vao sumindo e aparecendo
e se perdendo
talvez seja o aperto por talvez nao mais encontra-las
talvez seja perceber que o passado desaparece mesmo
e que o agora tem um peso leve
talvez a leveza do agora
seja estranha pela falta da dor da culpa daquilo que ja passou
e sem ela
sobra um espaco
talvez a saudade que sinto hoje
seja a possibilidade de existencia do agora
que sai do vazio do nada
para aquilo que vai acontecer
talvez essa saudade
seja o espaco entre
este entre
inesperado
daquilo que eu ja fui
e daquilo
que ainda vou ser.

consegui usar a palavra profana num poema simbiotico

nao mais se segura o vento
ontem era sexta
amanha ja eh setembro
as horas pulam de oito pra tres
o despertador toca e logo ja sao seis (da tarde)
e volto e vou e voo
te encontro no meio do caminho
entre o sono e o pescoço
o cabelo de rafaela que era curto
agora ja eh longo
logos, ja foi
nao se segura mais
essa profana complexidade
dos tempos atuais

a ironica virada de valkiria

tipico ambiente de arte contemporanea
experimentalistas da musica experimental
pessoas serias de oculos e chachecol

e as duas mocas da limpeza numa conversa fundamental:

- parece musica de terror...
- parece mesmo!

danca uma lambada comigo

cheiro de cafe forte e
pao com ovo pra comecar
a danca na sala de estar
vodka ao inves do jantar
magica magia no ar
desmanchando-nos
em paixoes e veroes
arregacando-nos nossos todos
coracoes
sentindo a brisa bater
ate tudo em nos derreter
vibrando a luz do luar
pedindo praquilo nunca acabar
te giro te rodo te desejo
e espero este encontro
com ansejo
tiquero a todas assim
me empresto de voces
em mim
me jogo com tudo
dentro de tis
em tempos de
festa
faminta
impregno-me toda
da mistura
dessas inspiradoras
criaturas
encantadas
carolinas.

you must have felt the same way today

wake up
early
monday
sticky
eyes
desiring
to carry
the last
dream
story
on
wishing
those
marvellous
five
more
minutes
of
compassion
hoping
to
open
on
the day
before
instead
without
much
choice
i thank
god
for the
healing
cup
of
coffee
i have.

aoteora

take me
with you
to onehunga
babe
crossing the sea
to see
you laying
on a bench
on the beach
where the sun
disapears
under the blue blue ocean
watching
people and boards
yellow orange red
shade shapes
we in love
altogether

drunk already

cheap wine
feels like
old times
and, fact
still works
very well

mafalda e os tres mafagafos dicotomicos

quando era crianca, nao dormia por causa do barulho da lambreta do homem da casa ao lado
vieram entao as construcoes de predios
mudou-se aos treze para uma grande avenida transversal
depois para uma casa vazia perto do centro da cidade
mas logo chegou um vizinho estranho chamado valdemar
que nao a deixava descansar depois da hora do jantar
encontrou entao
um disco voador chamado irineu antunes
e mudou-se para o espaco sideral
para todo o sempre

fim

*dica culinaria

nao procure pelo em ovo

que coisa eh essa? eh um treco que a gente usa pra fazer aquele negocio

quatro bancos brancos. na sala da antiga heloisa. heloisa gostava de gelo. e enchia cinco formas com agua por dia. observava o esperado a distancia. sairam saltando de dentro da caixa de sapatos. tres preposicoes curtas. quando os adjetivos entram em discordia, quem sobrevive? sofia espera o tempo passar para que possa sair da sala. nao seja sonsa. elizael esta embaixo. berenice aposentou-se.o que passa na cabeca dos interruptores? e das torneiras? as tomadas. os turcos. os troncos. salomao, sumiu sem deixar sinal. pote cheio de acucar cristal. quando ele entristece eu quase morro de saudade. sao sugestoes, disse getulio. e os patos pardos? propagaram-se pela patagonia, pombas! jacare corre rapido? porque tanta palavra? porque dissestes isto bartolomeu? por nada. veniceos me leva para vassouras? sinta o sentido. o sentido nao tem sentido. o sentido eh contrario. e ele? perdeu-se. achou-se. mudou-se. que coisa eh essa?

virtual

day starts
cold city
feel the breeze
hear birds
singing
ao longe
people
under
covers
hiding their
ears
from
the
starting
outside
world
not knowing
another
role
they play
their part
on the day
and lay
themselves
in relationship
websites
the rest
of the
time.

verso e frente

e me desmancho todos os dias
sem saber o que esperar de mim mesma
quando a luz do sol dispara pela janela
me olho tentando relembrar
mas ja nao sou mais
entao tenho de descobrir
tudo de novo
para depois esquecer
tudo de novo
desmancho-me
em amores
em cores
em saudades
e depois componho uma cancao para voce
me acompanhar