Na primeira abordagem veio à sala onde trabalho com pouca simpatia, objetivo (e depois soube que também aflito), querendo saber sobre onde eu estava instalada. Falei onde era, passei o contato. Poucos dias depois veio pedindo para visitar o local comigo. "porque raios ele quer que EU mostre o lugar pra ele?", pensei. Não havia nem uma semana que eu estava na cidade e me aparece um sujeito do trabalho pra tirar minha privacidade. Encheu-me de perguntas, desta vez sem mostrar objetivo claro do que queria. Guardei a simpatia de praxe e procurei fugir desse papel de cicerone. desenhei no papel como era o quarto de solteiro, informei que os quartos de casal estavam ocupados e recomendei que ele entrasse em contato com as donas da casa para mais informações. mais ou menos como quem diz "'rapaiz', eu não sou dona de nada aqui, não pergunte pra mim, eu mal cheguei aqui!" ... Meu santo já não tinha batido com o dele. Salientavam pra mim a falta de espontaneidade e as piadinhas clichês aos montes. Affê.
Mais ou menos um mês depois as coisas pra ele se acertam e ele finalmente vai morar no hotel-casa onde estou. "putz, que merda... beleza, vou ter que trabalhar meus preconceitos e aceitá-lo, conviver bem. aummm aummmm" Antes que ele trouxesse a mudança eu já não sentia mais a mesma rejeição. Trocamos muitas ideias e o convívio fluiu ok. Ele topava (e ainda topa) todos os convites e ofertas e eu não pude (não quis) exercer toda minha educação. isso me irritou, porque faz eu parecer menos legal. mas eu preferi ser menos legal. Algumas boas conversas compensavam a minha irritação, porque quanto mais eu me permitia gostar dele mais educada eu podia ser e, por consequencia, mais legal eu era.
Nosso círculo de amizades no trabalho é bem parecido. as amizades mais íntimas são diferentes. Um dia ele soube que eu ia sair pra jantar e veio fazendo perguntas. excedi na educação e me meti em saia justa. acabei convidando-o. pronto, pra quê. no dia seguinte toda a galera do trabalho já estava sabendo do jantar. não que ele seja fofoqueiro, porque não era nenhum segredo, mas também não era assunto pra capa de jornal.
Agora é assim. eu faço, falo, passa por ele, e vai pro mural da empresa. ...pra mim isso acontece por falta de assunto ...e também por birra no meu olhar.
Eu não estaria aqui escrevendo esse texto se essa birra não estivesse aumentando. Escrever me ajuda a reavaliar a situação e me acalmar.
Agora ele decidiu cozinhar e almoçar na empresa. que bom. :/ Meu momento de lazer amanhã se foi. talvez não, se eu me esforçar pra não pensar nisso. aliás, daqui a pouco eu paro de escrever e paro de pensar nisso.
Abraço! Fui!