Sunday 26 February 2012

tanto amor

amo-te.
amo-te tanto.
amo-te mais que tanto.
amo-te mais ainda,
por amar tanto,
amar tanto a ti.
amo-te ainda mais,
porque,
por amar-te tanto,
amo a tudo,
um tanto a mais.

Friday 24 February 2012

dica

corte

as
cenouras

em
cubos

antes
que

os
coelhos

voltem

das
férias

cotidiano

a
gata
acorda
e
lambe
se
alonga
se
levanta
se
e
caminha
ele
gan
te
mente
pela
casa
en
rosca
se
lambe
se
bebe
o
leite
e
deita
se
dorme
e
acorda
e
lambe
se
alonga
se
levanta
se
caminha
com
e
le
gancia
pela
casa
e
come
e
corre
e
deita
se
lambe
se
e
ador
me
ce
outra
vez

Thursday 23 February 2012

just wondering, pat

por 
onde

anda

você

meu 
amigo?

anda

no 
frio

da 
irlanda?

escrevi
nhando

vida

com

seu
olhar?

sentado

na
costa 

vendo

uma 
onda

ir

voltar?

com

os 
gatos

na 
casa

correr


pular

do 
primeiro

para

segundo

andar?

e

os 
montes

de 
livros

empilhados

no 
sofá?

anda 

você

conversar,

com

os 
teddys

na 
cadeira

e os 
senhores

no 
balcão

do 
bar?

anda

você

arrastar

sua 
cesta

de
prosas


suas
pernas

pro 
ar?

rascu
nhando

em 

seu

bloquinho 

poemas

sobre

o
amor

e
sobre

mar?

será 

que

você


onde

você

está

imagina

que

eu

estou

aqui

do
lado

de

curiosa

pra
saber

por
onde

anda

você?

miagui me contou

- você conhece a ilha de man?
- não.
- a ilha de man, fica na grã bretanha, entre o norte da inglaterra, a escócia e a irlanda.
- hum, não conheço.
- e você sabe o que tem na ilha de man?
- ?.
- gato sem rabo!
- !
- e agora virou produto de exportação.
- !!
- e são bonitinhos!
- !!!

Wednesday 22 February 2012

Expectativas

Suas expectativas não me pertecem
Por isso, faça me um favor:
guarde-as em um lugar que eu nunca possa alcançar
como coisas perigosas que escondemos de bebês.

Para que um dia, aquilo tudo que sonhastes e esperastes de mim
se torne apenas um sorriso sincero
cheio de amor!!

vide bula (segunda versão)

doutor, o senhor pode me passar um diagnóstico?
eu queria um remédio,
que me fizesse não ficar mais assim.
ou um dignóstico.
alguma coisa porque fico ansioso as vezes.
alguma coisa porque sofro sem saber porque sofro.
alguma coisa que apagasse as memórias não vividas
que me perturbam porque não consigo saber
quais são minhas próprias impressões, doutor.
e não tenho sentido o gosto das coisas,
acho que o problema pode ser no paladar.
doutor, o senhor sente?
eu queria entender mais das coisas,
mas me sinto incapaz, doutor.
eu li que pode ser algum tipo de transtorno.
dificuldade de aprendizado.
ou de concentração.
o senhor pode me dar uma receita, doutor?
porque se continuar assim,
meu coração não vai aguentar, doutor.
tem histórico de doenças cardiovasculares na familia.
 o senhor acha que eu posso morrer cedo, doutor?
o senhor tem medo de morrer?
o senhor sente medo?
eu andei pensando,
e acho que tem a ver com alguma coisa da infancia.
mas eu não consigo lembrar o que.
o senhor acha que pode ser problema de memória doutor?
ou esquizofrenia?
o senhor me acha louco, doutor?
se me acha louco, diz logo,
porque dái eu vou precisar de uma medicação.
não é mesmo, doutor?
minha prima toma um remédio que deixa ela calma, doutor.
eu também quero ficar calmo sabe,
eu não gosto muito das coisas, doutor.
o senhor acha que eu não gosto das coisas porque?
eu não gosto das coisas que as pessoas gostam, doutor,
o senhor tem um remédio que cure esse mal?
isso é mau, não é mau, doutor?
é serio, não é?
eu acho sério.
me parece sério.
mas eu preciso que o senhor me diga,
porque o senhor é quem sabe,
não sabe, doutor?
tem algum remédio que possa me deixar igual a todo mundo?
eu queria ser igual a todo mundo, doutor.
eu percebi esse problema cedo,
mas eu andei fingindo 
para que as pessoas não me achassem esquisito.
o senhor ta me achando esquisito agora, doutor, 
não tá?
eu sei que o senhor tá.
eu também me acharia esquisito se fosse o senhor, doutor.
eu queria querer ser doutor, doutor.
o sehor tem quantas roupas brancas, doutor?
o senhor queria ser outra pessoa, doutor?
eu tenho curiosidade, doutor.
o senhor acha que isso pode ser alguma coisa séria?
eu não to bem doutor.
é sério.
eu não consigo entender as coisas.
as coisas parecem estar erradas.
mas ninguem acha que elas estão erradas, doutor.
é por isso que eu preciso de um tratamento,
para conseguir entender porque as pessoas não acham 
que as coisas estão erradas.
eu quero achar que as coisas estão certas, doutor.
o senhor acha que as coisas estão certas, não acha,  doutor?
o senhor tem certeza das coisas, não tem, doutor?
eu tenho muitas dúvidas, 
e as pessoas não gostam de dúvidas.
eu quero me divertir no carnaval, doutor.
eu não acho carnaval divertido.
o senhor acha que isso pode ser síndrome do pânico?
eu também não gosto de baratas.
o senhor acha que posso ter algum tipo de fobia a insetos?
será que eu sou assim por causa das baratas?
será que os insetos me causaram fobia as pessoas?
será que é por isso que não gosto das pessoas, doutor?
o senhor gosta das pessoas?
tem tratamento pra isso, doutor?
o senhor acha que pode ser algum problema cognitivo, doutor?
será que pode ser alguma coisa que acontece no lado direito do meu cerebro?
ou do esquerdo?
eu sempre fui meio desengonçado.
eu nem conseguir aprender a andar de bicicleta consigo, doutor.
o senhor acha que posso ter algum problema de coordenação motora?
acho que pode ser meu pé esquerdo,
porque ele tem esse ossinho, que as vezes dói.
e eu não usei botinha ortopédica antes, doutor.
o senhor acha que sessões de fisioterapia resolveriam minha tristeza, doutor?
mas aí tem outro problema, doutor.
eu não teria motivação para is às sessões de fisioterapia.
porque sabe, doutor,
mesmo sabendo que o problema pode ser este meu pé direito,
eu já me acostumei com ele,
ele tem estado aí.
e eu me conheço,
eu vou pensar que ele sempre foi assim,
aí vou acabar abandonado as sessões de fisioterapia.
eu acho que esse é meu problema, doutor.
eu as vezes sinto um pouco de cansaço mesmo quando não faço nada.
e quando tenho de fazer, 
sinto preguiça.
isso não ta certo, não é mesmo, doutor?
e senhor não sente preguiça, sente, doutor?
o senhor acha que isso pode ser algum tipo de disfunção?
o senhor acha que isso é falta de algum tipo de componente no meu corpo?
o senhor acha que é genético?
porque eu não quero que meus filhos sejam iguais a mim, doutor.
eu não sei se eu quero ter filhos, doutor.
mas se eu tiver, eu não quero que eles sejam assim.
não quero que eles sintam isso que eu sinto, doutor.
se eu tiver filhos,
eu quero que eles sejam felizes, doutor.
então é melhor o senhor me dizer agora, se isso for genético.
porque daí eu já fico sabendo,
que não posso ter filhos.
o senhor acha que eu deveria fazer uma vazectomia?
quanto custa fazer uma vazectomia, doutor?
porque eu não tenho convenio.
eu vou fazer um convenio,
porque hoje em dia todo mundo precisa de um convenio, não é verdade, doutor?
o senhor, por exemplo,
o senhor deve ter um convenio pra sua família,
não tem, doutor?
ou porque o senhor é doutor o senhor não precisa ter convenio?
é por isso que eu queria ser doutor, doutor,
porque quem é doutor não tem que se preocupar com essas coisas.
eu me preocupo demais com as coisas.
o senhor acha que é por isso que eu to doente doutor?
o senhor acha que meu problema pode ser estresse, doutor?
o que eu faço se tiver sofrendo de estesse, doutor?
o senhor acha que eu devo procurar um psicologo para falar que to estressado, doutor?
será que ele vai me ajudar a ficar menos estressado, doutor?
mas tem de ser um psicologo perto da minha casa.
porque eu não tenho carro.
e não gosto de andar de ônibus.
mas eu acho que não preciso de psicologo, doutor.
porque eu não gosto muito de falar.
eu não tenho muito o que falar.
na minha vida não acontece muita coisa, doutor.
então não tenho porque ir no psicologo.
eu prefiro mesmo alguma coisa mais específica.
o senhor poderia me passar algum remédio para estresse, doutor?
alguma coisa que me fizesse relaxar?
ou anfetaminas?
anfetaminas são boas para desânimo, não são, doutor?
talvez seja por causa de desânimo que eu não gosto de carnaval,
é por isso que eu me sinto mal, doutor?
o senhor acha que o sus cobre tratamento, neste caso, doutor?
doutor, o nome dessa minha doença chama-se o que?
o qué é isso que faz com que isso aconteça comigo?
me diz, doutor.
eu sei que o senhor sabe.
porque o senhor não me conta o nome?
eu só preciso de um diagnóstico.
porque esses tratamentos levam tempo.
o senhor sabe como é,
tem todo um procedimento.
talvez seja por causa daquela coisa que aconteceu na infância que eu não consigo lembrar.
eu preciso saber o que tem de errado comigo.
eu preciso saber, doutor.
e eu não gosto dessa incerteza, doutor.
e o senhor precisa me ajudar, doutor.
é isso que o senhor precisa fazer, não é?
o senhor precisa me ajudar agora.
porque agora eu não sei o que fazer.
o senhor ainda não me disse o nome do medicamento.
o senhor ainda não me passou a dosagem.
e eu tenho o direito de saber, doutor.
eu tenho direito, não tenho?
me diz, doutor,
para onde eu vou, agora,
depois que sair daqui?
eu vou poder sair daqui, não vou?
o senhor tem uma receita pra me dar?
o senhor já sabe o que está acontecendo comigo, doutor?
o senhor já pode me dizer o diagnóstico?
eu preciso de um diagnóstico.
eu preciso saber o que eu tenho.
eu preciso dessa resposta agora, doutor.
eu não posso ficar sem resposta.
eu tenho medo de ficar sem resposta.
eu tenho medo de sair daqui,
sem saber o que eu tenho, doutor.

Monday 20 February 2012

forget me not

mil pontinhos arregaçando de funcionar na cabeça da menina. um milhão de coisas cruzando. não pára não pára não pára não. não sabia o que era aquilo. porque pensava tantas coisas ao mesmo tempo? que é isso? pára. volta. conecta. desliga. desliga. desliga? por favor. agora não da to no meio do trabalho. que trabalho é esse que te confunde toda? você nem sabe o que é que ta causando o curto. abre a caixa. ta dura. deixa quieto. e as pessoas pensavam que ali morava a calmaria. foi você que começou. e agora desencadeou essa enchurrada de incertezas. e quando foi que estava certa de alguma coisa? algum dia, em mil novecentos e noventa e nove. não sabia se sentia saudade ou solidão. saudade e solidão são nomes, palavras. o que fode é o que se sente. o que se sente talvez se sinta desta forma porque as palavras foram compreendidas antes daquilo que ela sentia. então ela sentia o que, na verdade? que verdade? nao me desconstroi. não estou. agora ela tava falando dela. dela quem? da outra. mas não era você que estava escrevendo? eu comecei. entao fala dela. o que tem? sei la, tava confusa. porque a confusao? acho que era aquela mistura de palavras indo e vindo dentro do processador. o cerebro e a song. so if you start you can´t stop the machine. so if i start writing like this i will explode soon. boot. reboot, this was about the other girl. how many live there? about two hundred or more. maybe one. are you affected? no. sim. yes. não. no pára chega. estoy cansada. tengo sueño. donde esta inijo? mira los cangrejitos. hable abuela. ahhh. stop this now. im tired. i want to go home. donde vives? onde você mora? quem é você? onde você está? ela mora na casa azul. não, azul era o quarto. meu quarto é branco, e tem um ventilador no teto. meu quarto é no meio do chão entre dois colchões. meu quarto é do lado do ventilador de chão. meu quarto é do lado do dela. fica na oceania. no reino da reina. mi casa su casa. my bed is purple. where do you live? can i search on google earth? of course darling. who is that girl? who? una chica con ojos rojos. she was crying. estava chorando? no no. que passa? tinha acabado de sair do mar salgado. donde vives? en aquella casa amarilla. that one? no the other one. quem é você? quantos nomes você tem? tem namorado? não. oh this is my husband. qual su nombre. de mi novio? não. o dela. i forgot. forget forgot forgotten. i knew all the irregular verbs. mas agora esqueci. do que você vai se lembrar daqui cinco anos? e como? how do i know that? sei la. a memória dela é péssima. melhor assim. melhor pra que? quem é você mesmo? me who? ella. she. você. quem? ela. ai, não conheço não. faço um desenho. era filha de alguem conhecida. alguem do bairro. estudaram juntas no lopes chaves. verdade? e quem era ela? filha do sapateiro. não, do motoqueiro. do engenheiro. não. não, essa era outra. ahhh. quem é você mesmo? eu quem? essa. ah, ela ja ta de saida. tem horario pro dentista? só amanhã as quatro. não da pra encaixar? olha moça não da.  pegou a chave? que porta? abre o cadeado. onde deixei meus óculos? que? e pra manicure, não tem? o que? o que o que? o que você perguntou? tinha perguntado dos horarios. mas agora já não sei. aquilo parecia um sonho. isso parece um sonho. isso o que? esse texto ta me deixando tonta. da pra parar? acorda acorda. que horas são? sete e cinco, vamos corre. porque? cade seu uniforme? o que? você já tem idade pra se vestir. quantos anos ela tem? ela quem? cade ela? café com quejo? o que? café moça? por favor. with milk on the top? perdon? your tea, would like it with milk and suggar? sem açucar. mas nescau já é doce. tem todinho na geladeira. cade sua mochila? pegou casaco? hoje é verão ou inverno? são meia noite e doze. não, são duas da manhã. não. meio-dia e doze. doze e doze na nova zelandia. this is your new teacher. where are you from? de onde você é? o que você é? what are you? what? o que? que? hã? hum? do que, do que você tá falando? ce ta ouvindo o que eu to falando? to. ei. acorda. to quase indo. ei, ce ta aí? alô? ei, responde. eu to. então me diz! o que? que? alô? ei, fala comigo. to saindo. to indo. ei ei, volta aqui. alô. alô! não vai dizer? não sei. não? sei, quem dizer. ei. alô. alô? alô. oi. alô? alô. quem é? sou eu. chama a ana pra mim tia? ela já saiu. saiu? faz tempo? já faz um tempinho. quanto tempo? ah não sei filha, não lembro. e ce sabe pra onde ela foi? não falou. ah. tudo bem? tudo sim. sua mãe ta bem? ta, tudo bem. ce sabe quando ela volta? ela quem? ela vai voltar? ela deve chegar lá pelo meio-dia. da onde? o que? meio-dia da onde? ah isso ela não falou. quer deixar recado? não. não, só diz que eu liguei. quer que ela ligue de volta? é que eu não sei onde vou estar. então só digo que você ligou? é, só diz que eu liguei. podexa. tchau entao. então tchau.

antes que o almoço esfrie

a alma, a lama, a mama, o mel, o seu, o ceu, o caroço do pescoço de godofredo aquece-se com sopa consistente enquanto a exposta esposa de expedito lamenta sua partida ocorrida no mes de março. maldizeres passados puseram-se sobre os colchões de roupa suja no cesto de basquete das olimpiadas de atlanta no verão de mil duzentos e cinquenta e sete. passa seu telefone ricardo? tres tres dois meia cinco sete meia dois qual o codigo de area? sete sete mais dois são dezesseis quantos números você posta calcutá, era a madre? onde fica você no mapa, aqui ó, do lado desta praça com poço. vamos mergulhar no oceano atlântico? só se for de sunga. tem sangue-suga no riacho. chupa-chupa, vende-se  de vários sabores. chama-se geladinho em outra cidade. ou na sua, qual a sua cidade? to sussa. segue em frente e pega o bonde. a cobra rasteja. o sapo salta. o coala agarra. o macaco engancha-se. o homem anda corre salta e faz umas outras coisas, mas tudo com certa limitação. eu você e todo mundo. cade o mundo? cade o espaço? onde mora a chuva? da onde sai o tatu? como vivem os coelhos selvagens? chega dessa lenga-lenga. lembra do lego? do lango-lango? pula-pula. e ela sempre deliciou-se em psicinas de bolinhas. afundou-se. escondeu-se. derreteu-se. e um dia sumiu. desapareceu. virou memória. assim, do nada? como quase tudo. chega disso menina, o arroz com ovo já ta no ponto. são duas e trinta e tres. mais uma hora do dia. tanto faz. ou não. chegou a mosca. voou. agora eu vou. vou ao ovo. o ovo é um galinha inteira disse o rapaz do bar. ou não, depende da hora que ela botou. e o que veio antes? ah vá!

Tuesday 14 February 2012

hoje eu quero um cafézinho bom. pra me deixar acordada, pra me concentrar no trabalho, pra eu me sentir eficiente, pra eu enxergar essas atividades com outros olhos, como um dever possível de ser executado com prazer, porque é passageiro e me traz bom retorno financeiro. algum olhar positivo, algum humor bom diante desses papeis cheios de letrinhas e carimbos e rabiscos. um cafézinho que me proporcione motivação, sabe? ... estimulante! que mude o meu dia! que dê uma esquentadinha no corpo, ou que seja só na garganta, até onde eu conseguir sentir. Tipo aquele café aconchegante do meio pro final da tarde, passado na hora, acompanhado de uma boa conversa de uma boa companhia. Um cafézinho assim eu queria.

Friday 10 February 2012

hoje não vestirei meias

dezessete palhacinhos dispostos dentro da estante da sala de estar, vieram de perto mas não da pra chegar a pé. fazem gracinhas ao cair da noite, antes dos moradores acordarem. colocaram um pedaço de vidro em cima do posto para dar segurança. o varal arrebentou. tem lixo para cada tipo de coisa  mas tudo mistura depois dentro de você durante a digestão. ele deixou tudo escrito em umas paginas antigas, eram relatos de uma vida que ja passou. e você ainda está aí, repassando o resto da tuberculose nos pés despedaçados jogados debaixo da terra. tem remedio? duas dozes de poesia por dia. e um amor. amo-te amo-te tanto que da arrepios. vou voar, vou ficar, vou estar, vou varar as noites anotando-te todo em pensamentos, arrebentando-me em saudade, jogando às traças meus traços toscos. amo-te tanto que escorrego quando te olho de canto no meio da tarde. derrete o sorvetinho azul, foram duas doses de pinga barata e você já estava dizendo bobagens para a moça do bar. o ceu estava morno, o chão estava mole, o salgado do seu suor cheirava ao redor. abafa a fada dançando flamenco. flamengo é um passáro rosa? não lembro. procura no dicionario. ou no album de fotografias. eles estão tapados, são coisas do passado, melhor não mexer. marina tinha um diário cheio de embalagens de chocolate, isso sempre me intrigou. os dias passarão com ou sem eles alí. a não ser que o mundo mude. ou acabe. foi o que disse o padre quando previu o incidente. não apague o incendio. isso tem a ver com as constelações? só se você quiser ver por esse angulo, senão não. ok! ok! coloca o cd pra rodar. e relaxe. só depois que você me tocar as doze canções. são refrões. e algumas estrofes cheias de rimas. me roça. o moço grisalho garante que o mundo não vai acabar. desligue o canal de notícias. passaremos a loção cheirosa, clocaremos sapatos altos e iremos em direção ao botequim barato. todos prontos? arremessar! e seja o que deus quiser.

reboot


E se consumia por dentro aos poucos. Pensava que até podia falar de amor pra não falar do que necessitava mas não sabia dizer. Mais uma vez se perdia na ansiedade da espera, na inatividade. Os pensamentos confusos chegam indesejados, recepcionados com mais ansiedade. Deve-se agir. Sinapses pra todos os lados em ação mental desnorteada. Deve-se acalmar. Respiração profunda e algum desejo. O cérebro levemente anestesiado quase não se importa mais, está na medida, no ponto pra reiniciar. Por onde começar? Ações mentais, ansiedade. E assim esvaia o tempo na lentidão.