Wednesday 23 January 2013

dois pentes de coxas crocantes para duas pitadas de paralelepipedos esponjosos roxos

passarinhozinhos comendo minhoquinhas. que mais procuram? restinhos de pão. uvinhas. frutinhas frutíferas. e deus, o que é? disseram que era o seu zé que é marceneiro lá na estiva. estava disfarçado. o que? pois é. e vocês borboletinhas, nada dizem a respeito? é que o agrião não refoga-se assim. come-se cru. o que que se refoga então? couve. e aquela outra folhinha que eu esqueci o nome. alho-poró é bom em sopa. cebolinha, cenourinha, beterrabinha, como é crescer debaixo da terra? arvorezinhas, vocês sentem a comida subindo pelo seus corpinhos? seiva. aloe vera para cabelos. jaborandi. alguem aqui ja viu a árvore de jaborandi? jaborandi é uma árvore? e rosa mosqueta? dizem que é bom pra pele. rejuvenesce. a tia maria helena fez plastica pra nao envelhecer. é melhor envelhecer ou ficar com a cara igual a da gloria menezes? e o silvio santos, você prefere grisalho ou moreno? será que o espirito da hebe passeia por taubaté? para fazer bolos, a medida é a xícara. para comer, colher, talher. com quantos garfos você sabe fazer? tacinhas, copinhos, colherzinhas de chá. dezessete. vinte e tres. quatrocentos e sessenta e dois. são números. números são infinitos. até que se encontre o fim. o unverso é de que cor? seus olhos estão cor de rosa fabiana. as rosas são perfumadas. o fucinho do fantoche francês é laranja.

se amor te volta se

vamos todos morrer. é coisa certa. e antes da gente nascer, a gente não existia assim. nem eu. nem voce. vamos morrer, é fato. nascemos paridos já sabendo que já vamos já partir partidos. e o final está cada vez mais perto do final. no leito, o que se passa na cabeça do morto? o que pensou o cadaver sobre aquela covardia que o impedia? se a morte, por aqui parasse agora, que segredo ela agora te contaria? quando olho no espelho só vejo um reflexo daquilo que meus olhos refletem. um corpo que me representa em publico. do mais, não sei.

Tuesday 22 January 2013

riminha

se essa rua fosse minha, eu a enfeitaria toda, com flores coloridas e cores perfumadas. nessa minha rua, voce poderia dizer que ama alguém sem sentir vergonha de dizer. voce poderia errar. e você poderia se arrepender. voce poderia chorar, e ter um amigo por perto pra abraçar você. se essa rua fosse minha, os vizinhos ficariam em silencio quando não tivessem nada de bom pra dizer. e no meio desse silencio, você teria espaço para ouvir um passarinho cantar pra você. se essa rua fosse minha, o meu busker favorito estaria tocando no meio dela. e os outros sons sairiam dos nossos corações em forma de luz. eu dançaria pra voce. e voce sorriria pra mim. se essa rua fosse minha, eu mandava ladrilhar, com pedacinhos, bem bonitos, de romances. só pro meu, só pro meu amor ficar...

Sunday 20 January 2013

mãe, tem uma baleia no meio da sala!
onde?
je-suis!
como ela veio parar aqui?
não sei.
será que foi o tio dail?
ele nao tem a chave.
deve ter sido a tia naná então.

Saturday 19 January 2013

cloud bússola after the rain. or was it before it?

estava pensando sobre o controle. o controle é uma palavra. controle. mas muito do que parece prejudicar a nossa saúde, de nós, humanos, pode ser parecido com a idealização de algum tipo de controle. substituiria essa busca de controle, por uma busca de prudência, ou preservação de energia. será que é mais parecido com isso? não sei. em tempos bélicos, a quietude da alma, para que ela não sofra tanto os socos que vem diretamente do centro destes egos insandessidos. os nossos. e os dos outros. o ego, ou essa força maléfica que carregamos dentro de nós, seja lá o nome que você quiser escolher. mas é ele, talvez, meu inimigo que mais temo. esse monstro negativo. uma coisa do mal que fica esperando de canto só a gente esquecer da gente mesmo, do nosso cuidado comprometido com o próprio cuidado, com o cuidar, para atacar tudo com tudo. oposto ao cultivo, está esta busca enlouquecida por esse abstrato controle. uma força que faz desejar o mal. e buscar ter razão. certezas. a força que te faz querer convencer um exercito a lutar para provar que sua certeza está certamente certa. e tem esta outra grande luta. a busca, esta, de conseguir abandonar o exercito. a luta para o desarmarmento honesto. para a aceitação de uma sensível solidão. olhar, no útimo passo equivocado, um passo novo cheio de aprendizado. a luta pela caminhada suave. para a dança no passo em cima da calçada. na auto-permissão para ser mais mole. mais boba. mais torta. e ainda assim manter-me na estrada longa. não quero mais machucar ninguém. nem a mim mesma mais eu quero. preservo-me do meu mau olhado. e deste meu eu que quer gorar minha sopa de fubá. melhor não convidar convidados suspeitos para o jantar. agradar por carência, demanda enorme esforço. e eles sempre vão querer mais de você. tentar melhor sobreviver cada dia desses, dentro deste corpo. se é que estou dentro dele. eu não sei bem onde é que estou. e não sei se isso é importante. já que não quero ter em mim mais destas ilusões de controlar nada disso mais mesmo. ai deus, me ajude a compreender isso melhor.

on board

em outra vida talvez, eu queira nascer no hawai. vocês ja viram as ondas do hawai né. hawai em inglês fala ra-u-ai. eu fico imaginando como deve ser a sensação de estar no meio daquele mar. à espera daquelas ondas. e o momento ultimo antes de decidir engatar a prancha numa onda pra ela te levar. e tem coral embaixo do mar ao invés de areia. e se você perde o ponto, já era. eu imagino a sensação de estar de frente para o mar, na areia de uma praia do hawai, vendo aquelas ondas se formarem. e estourarem de longe. elas devem parecer maiores vistas de fora. mas aí tem a hora que quem vai surfar decide entrar. e vai sem medo. ou com medo. eles devem ter um pouco de medo. mas talvez eles não sintam medo. talvez sintam amor. acho que deve ser mais amor que medo. talvez só o amor seja tão corajoso assim. então eu pensei agora que talvez os surfistas sintam um tipo de amor especial pelas coisas. por todas as coisas. porque o amor não é tão separado assim. quem nasce no hawai deve amar diferente de mim. deve ser gostoso surfar no hawai. deve ser gostoso surfar em outros lugares também. mas o hawai tem um que mítico, especial, para mim. nos anos oitenta, meu primo tinha o quarto coberto de posters com imagens de ondas do hawai. eu gostava de entrar no quarto do meu primo. e de me imaginar dentro daquelas ondas. 







o conto da menina e os patos

a menina brincava na beira do lago.
chegou então o pato.
olá patinho. qual seu nome?
junior junior segundo.
chegou então, outro pato.
e este é meu irmão, junior junior terceiro.
junior junior segundo e junior junior terceiro, tinham mais vinte irmãos, todos filhos de junior junior.
junior junior pai, era filho de junior. junior pai de junior junior, tinha o apelido de juninho. juninho, era filho de marco aurélio pereira dos santos.
e voce?
juliana.
prazer.
prazer.
querem uns pedaços de bolacha de maizena?
sim.
aqui estão.
gratidão, disseram juntos os juniors.
é nois, disse juliana.
e assim, viraram amigos eternos para todo o sempre.

Friday 18 January 2013

de que cor é seu cocô?

aprender a viver em silêncio. a conviver com o silêncio. a acalmar minha ansiedade de movimentar as coisas. da onde veio esse medo todo que falei ontem? passou da meia-noite. depois que as coisas passam você passa a percebe-las de um jeito diferente. nao me envergonho da minha escrita errada. porque se eu conseguisse, faria gráficos e trabalharia melhor com as palavras corretamente. mas vou me esforçar. embora não seja prioridade aqui. agradeço pelo espaço de poder, pelo menos, comunicar meu coração com os poucos amigos que aparecem aqui pelo blog. agradeço ao inventor da internet por ter inventado a internet. e agradeço a quem inventou o dominio de blogs, este dominio, porque eu posso vir aqui e escrever de vez em quando, quando meu coração sufoca. é tanta rede que me dá tremor. o tamanho da minha limitação me assusta. o tamanho da limitação humana me assusta. a sociosfera me assusta. a noosfera me inspira. ufa. mas a transição ainda é meio escura. mas também é meio clara, porque ser otimista faz parte. e ser pessimista também. não deveria falar muito mais por aí. nossa, fico chocada com o tanto de besteira que falo. desculpe pela justificativa. mas é que agora é daqueles momentos de acalmar o pulmão. respirar mais devagar. com tempos de pausa. quanta besteira meu deus. vocês falam besteira demais? falam coisas das quais não sabem muito? erram na caligrafia? na grafia? no significado das coisas? o caso, é que eu não deveria mais falar nada sobre a sociedade alem daquelas coisas absurdas. mas a sociedade é absurda. e eu não entendo a sociedade. eu nem eu me entendo, quem dirá o grupo. tem tanta gente no mundo. e tanta gente diferente. quem sou eu pra saber alguma coisa. se nem de mim eu sei muita coisa. aprendi a fazer um biscoito de polvilho gostoso. disso sim eu deveria falar. nao sei se deveria. mas achei uma coisa boa de compartilhar. porque biscoitos de polvilho gostosos fazem a vida das pessoas melhor. um café da tarde agradável. e uma coisa sem aditivos químicos. pelo menos não muitos. apesar de ir sal e óleo. e um dia sal já valeu tanta coisa. hoje custa um real e pouco um pacotinho de sal. e pensar que tanta coisa já aconteceu na história só por causa dos temperos da índia. eu devo me preocupar com os índios. vocês também. me dói a alma pensar nessas coisas. e nas crianças que crescem sem amor. as injustiças feitas em nome da justiça.briga de marido e mulher. ciúmes. violência. me assusto. preconceito. me assusto. mas eu vou conseguir fazer alguma coisa por quem? que combate é este? e contra quem? qual o tempo de digestão das coisas? ouvi dizer que vegetarianos cagam cocô mais macio. pode ser mesmo. o link da receita do biscoito, é esse:

http://tudogostoso.uol.com.br/receita/82070-biscoito-de-polvilho-da-bianca.html 

viver com menos

entendo melhor agora quem tem como amigos os minerais, as plantas e os gatos. cachorros já não sei. uma vez tivemos codornas, e não sei muito o que falar sobre elas também. a agenda dos anjos deve estar lotada para o chá. na duvida, melhor conversar com os cristais. ou com os passarinhos. mas estes, saem voando antes da segunda frase. certos estao eles, se eu pudesse voar, nao me preocuparia com a paciencia. se eu pudesse voar, estaria ai agora. e ali logo depois. preciso me depilar ou não? sei la, poderia viver num mundo sem piolhos-de-cobra. fazia tempo que não via destes bichos. no meio de grilo, cigarras. em que grau evolutivo eles estão? será que já fui eu, uma girafa. ou um rinoceronte? qual a diferença entre gnomos e duendes? qual a diferença entre eu e você? sei lá. tenho medo de enlouquecer. mas talvez sejam só meus chacras se abrindo para a nova era. isso foi o que o video falou. pode ser tambem a tal falta de precisão. de tecnica. o problema do meu problema de aprendizado. o mundo não feito para os dislexos. caí de pára- quedas aqui. mas voce tambem provavelmente se sinta assim. antes eu acreditasse nos ante-depressivos. ou nos especialistas mentais. nos padres. na fofoca do bairro. nas unhas feitas pela manicure. na preocupação com a cor do sapato para ir ao shopping. e pára com essa auto-piedade. não dirijo automoveis. nem moveis eu tenho meus. satisfação me vem com internet rapida. e um beijo no final do dia. aceitar a simplicidade é um enorme exercicio.

um pouco de panico

tenho medo, mas tanto medo
que tenho vontade de me esconder
me assusto tanto que digo tudo e depois morro de medo de dizer
tenho panico e um desejo de me proteger de mim mesma
um medo de morrer
medos dos meus medos
dos meus dedos
de viver
tenho medo
das assombrações
dos sons
dos sonhos
das minhas confusões
das minhas incertezas
das pessoas
dos carros
das palavras
das armas
de leões
cobras
escorpiões
tenho medo
de tudo
tenho tanto medo
tanto tanto medo
que não sei direito o que fazer
mas como hoje é dia de semana
e ainda não são oito da noite
vou tomar café com leite
comer pão
manteiga
e uns cequilhos que um moço que mora por aqui me vendeu


Tuesday 8 January 2013

quarenta e quatro horas

buscava um trabalho. mas nao um que pagasse. ou não só um que pagasse pelas contas. mas não sabia se aquilo que buscava era um trabalho. uma carreira. quantas coisas que buscamos buscamos mesmo? o que buscaríamos se não tivessemos que buscar essas coisas? se a escola não fosse obrigatória. e se pagar não fosse tudo isso assim? não sei. a familia queria que fizesse um curso. uma pressão. um diploma. alguma coisa para colocarem na parede. mas não era um quadro pintado de colorido. casou-se com a mulher errada. a mulher que não era a mulher que ele queria que ela fosse. ela não era pura. nem calada. nem morta. nem uma porta ela era. e sofria. chorava as vezes e causava irritação. a ele. e a ela propria. comprou um cachorrinho. depois sentiu culpa por pagar pelo cachorro. e nem gostou tanto assim do cachorro. e nem precisava pagar por ele sabendo de todos aqueles sites de adoção que via no mural do facebook. comprou o cachorro porque ele parecia ideal. depois cresceu.e ele se cansou de limpar cocô. soltou o cachorro na rua. mas preferiu acreditar na fuga do cão querido. contou para os amigos com lastima. mas nem tinha tantos amigos assim. ninguem tava nem ai, nem para ele, nem para o cachorro, nem para sua carreira. para sua carreira um pouco. porque os amigos eram do trabalho. e acreditavam ter assuntos em comum. os assuntos em comum, eram comuns a toda a nação de assistidores. times e escalas. mulheres gostosas. esposas sem graça. eles sem nada mais para falar sobre nada. e era assim, sempre que podiam. sempre depois das seis. uma dia saiu mais cedo. foi advertido sem piedade. depois perdeu a vontade. e parou. sentou no banco em busca de sentido. apagou. somou. sonhou com os amigos que nunca existiram. e uma carreira que nunca foi sucedida. sonhou com aquilo que ele queria ter sido. mas ai o sonho apagou quando ele notou que nunca queria ter nem existido.

Monday 7 January 2013

pra re

e tudo começou de novo
e está tudo diferente agora
e agora já passou há um segundo
tudo é tao solúvel
e estendido
e fragmentado
e tudo começou de novo
e eu não sei bem sobre o que falar
porque o sentido das coisas
começou já invertido
abstrato
abstraído
não sei se é a nova era
ou se sou eu que já era
mas se tudo são pontos que se conectam
e se perdem pelo espaço
começo aqui de novo
a dar os primeiros passos