Friday 10 February 2012

hoje não vestirei meias

dezessete palhacinhos dispostos dentro da estante da sala de estar, vieram de perto mas não da pra chegar a pé. fazem gracinhas ao cair da noite, antes dos moradores acordarem. colocaram um pedaço de vidro em cima do posto para dar segurança. o varal arrebentou. tem lixo para cada tipo de coisa  mas tudo mistura depois dentro de você durante a digestão. ele deixou tudo escrito em umas paginas antigas, eram relatos de uma vida que ja passou. e você ainda está aí, repassando o resto da tuberculose nos pés despedaçados jogados debaixo da terra. tem remedio? duas dozes de poesia por dia. e um amor. amo-te amo-te tanto que da arrepios. vou voar, vou ficar, vou estar, vou varar as noites anotando-te todo em pensamentos, arrebentando-me em saudade, jogando às traças meus traços toscos. amo-te tanto que escorrego quando te olho de canto no meio da tarde. derrete o sorvetinho azul, foram duas doses de pinga barata e você já estava dizendo bobagens para a moça do bar. o ceu estava morno, o chão estava mole, o salgado do seu suor cheirava ao redor. abafa a fada dançando flamenco. flamengo é um passáro rosa? não lembro. procura no dicionario. ou no album de fotografias. eles estão tapados, são coisas do passado, melhor não mexer. marina tinha um diário cheio de embalagens de chocolate, isso sempre me intrigou. os dias passarão com ou sem eles alí. a não ser que o mundo mude. ou acabe. foi o que disse o padre quando previu o incidente. não apague o incendio. isso tem a ver com as constelações? só se você quiser ver por esse angulo, senão não. ok! ok! coloca o cd pra rodar. e relaxe. só depois que você me tocar as doze canções. são refrões. e algumas estrofes cheias de rimas. me roça. o moço grisalho garante que o mundo não vai acabar. desligue o canal de notícias. passaremos a loção cheirosa, clocaremos sapatos altos e iremos em direção ao botequim barato. todos prontos? arremessar! e seja o que deus quiser.

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