primeiro happy hour em Aracajú no bar de paulista, acompanhada de um paulista. rolou alguma empatia forte. conversamos e eu sorria muito. ele reparou e comentou. em poucos segundos me veio uma retrospectiva e a constatação de que era difícil pra mim não ser simpática. talvez pelos tantos anos de esforço. notei inclusive que naquela conversa era difícil não jogar algum charme. eu já não sabia quem estava ali naquela mesa de bar, com aquele comportamento. continuei conversando na inércia do momento. foi quando acabou a luz. a dona do bar ascendeu uma vela e colocou na mesa onde estavamos. pedimos sopa e tivemos um jantar a luz de velas. a conversa fluiu para assuntos da intimidade. 'E agora, o que vai fazer?'. 'não sei, to com vontade de ir pra praia, tocar gaita. quer ir?' convidei no impulso. 'quero'. ouvi sem demora. deixei de lado a possibilidade de arrependimento e fui. sentados no banco de frente para o mar depois de um jantar a luz de velas. falei da sensação gostosa do lugar. ele falou do romantismo que ele disse não ter. toquei a gaita. 'você parece ter tudo o que quer'. comentou. 'mas sabe... eu não busquei isso.' retruquei insegura nos pensamentos 'não?'. 'não... ...o que eu sempre busquei... eu nunca tive...' 'e o que você sempre buscou?' eu ainda estava atônita com a resposta que me veio. 'um rato!' desviei o assunto apontando para o rato que corria até lata de lixo. vai e vem e a curiosidade persistia. 'e o que você busca?'. 'um rato!' passou novamente o rato correndo em direção à praia me livrando de dar alguma resposta. voltamos. dei-lhe um abraço antes de entrar em casa. assim que pude, dormi.
"(...) a constatação de que você nunca amou... Bem, é terrível pensar que você nunca amou - é muito duro! Nós podemos até acreditar que outras pessoas não amaram - é nisso que acreditamos: 'Ninguém me ama, mas tudo bem, as pessoas são difíceis mesmo', mas constatar que você nunca amou é algo que abala o seu ego." (Osho)
No comments:
Post a Comment